domingo, 24 de outubro de 2010

CAPÍTULO II


Ali estávamos nós… sentados lado a lado na igreja, com as caras mais desapontadas do mundo.
O dia era de “pompa e de circunstância” na igreja. O padre iria apresentar o resultado do restauro da Santa padroeira da igreja: A Nossa Senhora dos Remédios. Uma figura esculpida durante os meados do século XV, toda em talha dourada. Valiosíssima, mas já há algum tempo a precisar de ser restaurada.
 Durante os últimos anos o padre Viegas dedicou muito esforço para angariar o dinheiro necessário para o concerto da imagem. E finalmente, após alguns meses afastada da paróquia para obras de restauro, o padre iria mostrar a todos os presentes o resultado do seu esforço.
O nicho, onde a imagem da Santa costumava estar, encontrava-se tapado por um pano. O padre Viegas segurava um dos extremos do pano dizendo:
-Caríssimos irmãos. Encontramo-nos aqui todos reunidos para festejar o regresso de Nossa Senhora dos Remédios ao seu lugar. Quando retirar este pano quero que todos se maravilhem com o aspecto renovado da imagem da nossa padroeira.
 Dito isto retirou, com um puxão, o pano que cobria o local. E foi com a boca escancarada que todos ficaram ao olhar para o buraco vazio da parede…    

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